segunda-feira, novembro 21, 2005


Caí...

Viva, como estás!

Não, não é uma pergunta. É o estado como estás em mim... Sinto-te tanto que quase me viro para te achar aqui...
Mas não estás, escolha tua, estupidez minha. Já deveria estar habituado a isto, á tua falta. Aliás, pensando bem no assunto nem nunca estiveste... E mesmo que o quisesses, não saberias como faze-lo.

És o doce fruto da minha imaginação, dentro da qual estás em toda a acção que tomo. Desde o momento em que abro os olhos para ver a luz ténue das manhãs de agora, até ao momento em que os fecho com a recordação de te ter ao pé de mim, onde nunca estiveste...

Dentro das minhas mãos, descansa o cheiro das tuas... E custa-me tanto abri-las, para as dar a mais alguém que não tu... Mas para que queres tu as mãos que fazem de mim o desmazelo que sou?? As mesmas mãos que nos matam aos poucos, para serem subtis... Para não ser demais...
Confesso. A minha culpa por não te ter aqui, por não ser diferente do que sou, por nem sequer merecer o mais singelo olhar teu...

Já não te vejo há tanto pouco tempo... Tempo tão pouco, mas tanto para mim...

Mas sabes, as mãos que tenho e o que sou, são fruto dos caminhos que tenho trilhado até hoje...

Contigo, sem ti tenho andado á procura do Rei de todos os caminhos certos, para o poder seguir... Perfeito! Contudo, até o poder alcançar só tenho estas mesmas mãos, e é com a sua ajuda que continuo a levantar-me cada vez que tropeço em ti...

Quais grandes bebedeiras a pensar em ti?? Quais passar tardes a ver o horizonte e os carros a passar ??? Qual quê?? O que eu quero e tenho de continuar a fazer é tão simples como isto...

Levantar-me a seguir a cair...

quinta-feira, novembro 03, 2005

Quase-Bom

Hoje, durante a noite, tive um sonho Quase-Bom...

Eu sei que tenho umas definições esquisitas para as coisas, mas eu explico...

Acordei e ainda não tinha aberto os olhos, senti uma estranha frescura na cara... Um estranho cheiro entrou-me nos pulmões... Abri os olhos. Estava deitado sobre a relva, estava sol e estava num sitio estranhamente confortável.

Olhei á volta...

Não vi ninguém, tudo o que vejo é que estou no topo de um monte, vejo que estou descalço, mas não vejo ninguém... Até onde consigo ver, só existe o Sol, o Céu , a relva por baixo dos meus pés e Eu . Nada mais...

Começo a andar...
Começo a andar, calmamente... Depois começo a correr em direcção á planicie que se estende á volta deste monte... Corro euforicamente, até chegar a uma àrvore. Sento-me e encosto as minhas costas ao tronco da àrvore... A sua sombra é muito boa, começo a sentir uma estranha sensação de que o Mundo, a Natureza e eu somos um só... Fecho os olhos e começo a sentir as folhas da àrvore a abanar com uma brisa... Sinto cada folha, cada ramo... A brisa torna-se mais forte e eu sinto cada erva a abanar...
A brisa não pára...
Começa a ficar mais forte...
Levanto-me...
Ao por-me de pé, procuro olhar em todas as direcções, não vejo sitio para me abrigar... O céu começa a ficar mais escuro, a brisa mais forte...
Começo a ficar com receio, não conheço nada deste Mundo... Uma sencação de insegurança toma conta de mim. Protejo a cara com os braços, ainda não vejo onde me abrigar...
Volto a caminhar...
... Em direcção ao monte, pode ser que lá de cima se veja melhor! O vento sopra mais forte, sinto que está a começar a chover, o Céu está tão escuro que parece de noite...
Algo me magoa os pés, ja não existe relva, só pedras... Continuo a andar...
Vejo alguém no topo desse monte, tenho de me aproximar... Começa a chover ainda mais forte...
Vejo quem é...
Ao longe vejo que sou EU!!! Estou a meter a cabeça numa guilhotina, começo a correr desalmadamente... Tenho de me salvar!!
Não vou ter tempo para isso...
Vejo a lâmina a descer, mando-me para cima de mim próprio, para me tentar salvar...
Abro os olhos a sentir a lâmina a cortar a pele do meu pescoço....
Estou em casa, reconheço o meu quarto e o que me rodeia...
Levanto-me e vou trabalhar. A caminho penso, "este sonho foi Quase-Bom"...