Começo a sentir os teus dedos gélidos, sobre a minha pele.
Sinto de forma igual os teus deliciosos lábios, que envolvem um pedaço de mim... Sinto-te a trincar esse pedaço, a arranca-lo!
Vendo bem, é isto que fazes ... Vais-me tirando de mim aos poucos, consomes-me devagar. E como se não bastasse, fazes questão que eu presencie todo este episódio enquanto saboreias, lentamente, o pouco que me tiraste desta vez.
Houve alturas em que te dava o prazer de me veres a exprimir essa dor. Hoje em dia, limito a sussurar, o que te quero dizer aos berros!
Controlo-me ?
Nego-me ?
Não, nada disso! Apenas faço de tudo para não te deixar levar um pedaço maior, dia após dia, após dia, após dia.
Pode ser que quando estiveres a trincar outro ser, te lembres do meu sabor. Pode ser que pares de o fazer, antes de eu deixar de existir. Ou pode ser que me queiras trincar e "re-trincar", morder e arranhar, até estares satisfeita. Até ao meu fim.
Até ao meu fim ...